Saiba mais sobre cirurgias estéticas proibidas
O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CMFV) informou a proibição da prática de caudectomia com fins estéticos no Brasil. A cordectomia (cirurgia que retira as cordas vocais dos animais), a conchectomia (para levantar as orelhas) e a onicectomia (extração das unhas de gatos) já estavam proibidas.
As cirurgias abaixo só poderão ser realizadas no caso de indicação clínica, ou seja, quando houver ganho em qualidade de vida para o animal.
Caudectomia (Corte da cauda) Resolução CFMV nº 1027
A resolução deste mês, do Conselho Federal de Medicina Veterinária encerra a discussão sobre a caudectomia. A cirurgia que, durante muito tempo, foi considerada importante por criadores por manter o padrão de algumas raças está proibida quando o fim for meramente estético. O procedimento só poderá ser feito no caso do animal ter indicação médica, como tumores ou câncer.
Conchectomia (Para levantar as orelhas) Resolução CFMV nº 877
Assim como o corte da cauda essa cirurgia serve na maioria das vezes para fins estéticos e nada funcionais para o cão. Historicamente, o corte das orelhas e caudas era feito para evitar lesões em cães predispostos, pelos donos, a situações de risco como as rinhas ou para obtenção de pedigree. Hoje, cães amputados estão fora de competições sérias e oficiais.
Cordectomia (Extração das cordas vocais) Resolução CFMV nº 877
Cães latem e gatos miam, certo? Pois é, por uma simples questão de barulho, diversos animais foram submetidos à essas cirurgias apenas para não incomodar os donos ou vizinhos.
Onicectomia (Extração das unhas) Resolução CFMV nº 877
Um dos comportamentos mais naturais entre os gatos, o ato de arranhar, também já foi considerado motivo para que os donos de felinos realizassem a cirurgia em seus animais. Diferentemente de outros animais, as unhas dos gatos tem papel fundamental no equilíbrio pois são animais digitígrados, ou seja, apenas apoiam as falanges (dedos) no solo para se deslocarem. Como a unha do gato é parte da última falange de cada dedo, não apenas a unha é removida, e sim, toda a falange.
Segundo nota publicada pela Assessoria de Comunicação do CFMV, o veterinário que descumprir as normas está sujeito a processo ético-profissional e pode perder o diploma. Caso você conheça algum veterinário que realize esses procedimentos sem necessidade, apenas por questões estéticas, denuncie ao Conselho Regional de Medicina Veterinária do seu estado.
Talvez o maior problema ainda seja a “necessidade” que o ser humano tem de querer adaptar absolutamente tudo. As próprias raças surgiram assim. Mas não levar em consideração os riscos de uma cirurgia, o pós-cirúrgico e a dor causada apenas por motivos torpes é cruel e deve ser pensada por todos que querem um animal.
Se você já tem um animal amputado, tudo bem, se você conhece a procedência e tem certeza que ele teve todo o aparato necessário no procedimento. Um grande problema são os próprios criadores, donos de canis, que mesmo sem o menor cuidado higiênico ou aparato, realizam essas cirurgias de forma artesanal.
A seguir, uma galeria com fotos de várias raças que eram comumente submetidas às cirurgias. Olha só como raças “aparentemente” agressivas se tornam muito menos amedrontadoras apenas por terem orelhas e a cauda.