Cimarron em exposição no Rio Grande do Sul

Pouco conhecida fora do eixo do sul do país e Uruguai, a raça que faz parte da história do povo Gaúcho, o Cimarron tem sua primeira exposição no estado agendada para este final de semana em Gramado.

A raça Cimarron ressurge

Imagem cedida pelo Canil Vento Crioulo

Conhecido também como Cachorro Crioulo, Perro Cimarrón, Perro Criollo e Perro Gaucho a raça, que foi quase extinta no século XVIII, ganha espaço e preferência como cão de trabalho e companhia em fazendas por todo o país. Rodrigo Firme, proprietário do Canil Vento Crioulo, destaca a confiabilidade e valentia como características principais dos cães. “Eles convivem com minha filha pequena, são “cães de família” e ainda realizam o mesmo trabalho de cães como o Border Collie porém o porte e atitude funcionam melhor na questão da segurança”. A raça também vem sendo muito utilizada em provas de agility.

O que: 1ª Exposição Oficial da Raça Cimarron
Onde: Parque Gaúcho (Rodovia Gramado – Três Coroas/ ERS-115, km 35, Gramado, (54) 3421.0800)
Quando: sábado, das 13h às 17h, e domingo, das 10h às 12h
Quanto: entrada no parque a R$ 20 adultos, R$ 17 crianças a partir de dois anos e R$ 10 pessoas acima de 60 anos

Conheça a história do Cimarron

Adaptado do texto original de Antônio Augusto M. Fernandes

Em  espanhol “Cimarrón” significa chimarrão. São cães que surgiram de cruzamentos entre Mastins, Galgos, Lebreis e  o Cão Fila de São Miguel trazidos por colonizadores Espanhóis e Portugueses. Através da mais pura seleção natural, sem interferência do homem, sua formação tem a mesma origem e passou pelo mesmo rigorismo que o Cavalo Crioulo, até se firmar como raça definida.

No final do século XVIII, durante as guerras pela independência no Uruguai, o General José G. Artigas os imortalizou na história com a célebre frase: “Cuando me quede sin hombres, pelearé con perros Cimarrones!“- Quando ficar sem homens, lutarei com cães Cimarrones!

Nesta época a economia principal da região era a exploração bovina, tendo o couro como principal produto. Com a facilidade e abundância de alimentação, o número de cães “cimarrones” foi aumentado em grandes proporções, causando grandes transtornos. Por ordem do Vice-Rei, no ano de 1.792 foram mortos mais de 300.000. Cada cota de cães abatidos valia uma quantia em ouro.

Algumas mães e seus filhotes conseguiram escapar e se esconderam nos matos nativos do Nordeste Uruguaio, hoje Departamentos de Rocha, Treinta y Tres e Cerro Largo. Foi onde Carlos Alonso Imhoff resgatou descendentes daqueles Cimarrones selvagens e depois de rigorosa seleção, escolheu os primeiros 17 exemplares que serviriam de base para oficializar a raça e redigir o Standard da mesma no ano de 1.989.

No Brasil foi introduzido através da fronteira do RS com o Uruguai, tendo como principais núcleos criatórios, os municípios de Bagé e Jaguarão.

Usos e aptidões

Cão ideal para fazendas, guarda e companhia. Muito rústico, de extrema coragem, não tem agressividade gratuita, entretanto defende muito bem seu território, mantendo estranhos afastados.
Também é muito usado no trabalho com o gado, principalmente quando é necessário retirá-lo do mato ou de locais de difícil acesso ao homem/cavalo.
Detentor de um excelente temperamento, o Cimarron se relaciona bem com crianças e outros animais domésticos, entretanto, sendo uma raça que está na mão do homem somente há 30 anos, ainda apresenta um sentimento atávico muito forte, o que ocasiona um instinto muito primitivo de caça. Os cães que quando adultos forem conviver com outros animais domésticos (aves, mamíferos, etc), desde cedo devem ser acostumados com seus novos companheiros, sob pena de futuramente não os distinguirem da caça comum.

Imagem cedida pelo Canil Vento Crioulo Imagem cedida pelo Canil Vento Crioulo

Imagem cedida pelo Canil Vento Crioulo

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